Técnicas de gestão de estoque podem significar a diferença entre sucesso e fracasso neste setor tão essencial à saúde da empresa. Conheça métodos para melhorar o departamento.
De acordo com o Sebrae¹, um bom gerenciamento de estoque divide as empresas lucrativas daquelas que dão prejuízo. Isso porque um trabalho de excelência nesse setor representa o equilíbrio entre matéria-prima e produção; armazenamento e vendas; disponibilidade da mercadoria e bom atendimento, entre outros pontos.
Mas como obter esses benefícios?
Não é simples, porém, há técnicas de gestão de estoque que aproximam o gestor desses objetivos, como você verá neste artigo. Vamos lá!
Técnicas de gestão de estoque
Há diversos métodos para o controle de estoque, mas selecionamos três muito usadas por diversos segmentos.
1. Just in time
O método de produção tem impacto direto na gestão de estoque, já que o objetivo é o armazenamento mínimo de recursos. Assim, os insumos devem estar disponíveis apenas quando há um pedido para evitar estoque parado, desperdício de tempo e dinheiro.
Sem um grande estoque, as compras são realizadas na medida, nem mais, nem menos. Então, não aloca-se dedicação e nem investimentos para recursos que podem ficar parados.
É uma técnica que demanda ter dados e analisá-los para que o Just in Time seja aplicado no negócio. Funciona melhor em empresas que usam ferramentas data driven. Sem estatísticas sobre a empresa, torna-se praticamente impossível ter o Just in Time como um dos métodos de gestão de estoque.
2. Curva ABC
Essa técnica colabora na gestão de estoque, principalmente, para entender qual a importância de cada insumo. Tem como base o “Princípio de Pareto”, o qual defende que 80% dos resultados vêm de 20% dos esforços. Para o estoque, significa que 20% dos produtos são mais representativos no desempenho financeiro.
Então, isso quer dizer que os demais itens não demandam tanta importância? Não é bem assim. Por isso, aqui vamos aprofundar o entendimento da Curva ABC.
Curva A: são chamados de produtos best seller ou estrela, representam os 20% com 80% da receita da empresa. Assim, são itens com grande saída e que demandam maior reposição. É preciso entender as características dessas mercadorias ou insumos para compreender os cuidados com eles para armazenamento adequado. Se for algo perecível, que é comum no setor alimentício e supermercadista, é necessário, além da reposição, pensar em como conservá-lo da forma correta.
Curva B: os produtos B têm importância média no faturamento, são 30% das mercadorias e matéria-prima necessária para produzi-las, ou disponibilizá-las, com geração de 15% dos lucros. É preciso entender a média de tempo que os itens ficam em estoque.
Curva C: 50% dos produtos geram apenas 5% da receita. Mas, calma, eles também são importantes, costumam ser itens de menor valor e são porta de entrada dos clientes em muitas empresas. Em alguns casos, quando o cliente deseja entender melhor a qualidade e atendimento da marca, não gostaria de investir em best sellers na primeira experiência. É muito comum no e-commerce. Também é interessante para compor o portfólio, para a empresa ser vista como completa, objetivo de muitas redes varejistas em diversas áreas, como supermercados e lojas de departamentos.
O entendimento da curva ABC ajuda a pensar em promoções e formação de kits para não ter estoque parado. É possível fazer um combo com produtos A e C, assim, une-se o que todos os consumidores desejam com uma mercadoria menos cobiçada. É a chance que ele conheça e de promover maior giro de estoque.
3 e 4. Fifo e Fefo
São duas técnicas distintas, mas que ao serem apresentadas juntas vão ajudar você a entender qual a mais adequada para seu negócio. Vamos por partes.
Fifo: é a abreviação de Fist in, First Out. Na prática, os primeiros produtos a entrarem no estoque são os primeiros a sair para comercialização. Assim, diz respeito à organização. Ao unir com a curva ABC, os produtos A devem ter localização facilitada, já que são mais vendidos. Também funciona para as matérias-primas mais utilizadas.
Fefo: First Expired, First Out, primeiro a expirar, primeiro a sair. Nesta forma de organizar o estoque, os insumos ou mercadorias próximos à data de validade são colocados em local facilitado para ser retirado. É muito válido para os setores alimentícios, principalmente. Os ingredientes de uma lanchonete, bar e restaurante devem considerar o Fefo para organização do estoque. Sempre, claro, pensando na segurança alimentar.
Também é bastante útil para medicamentos, cosméticos e qualquer outro item com data de validade. Pensando um pouco fora do óbvio, é bom lembrar que vários insumos, como tecidos, também se deterioram com o tempo. Dessa forma, se são causados danos com o tempo, priorize o uso de materiais mais antigos primeiro, analise o tempo de durabilidade.
Qual o melhor método para controle de estoque?
Não existe uma resposta pronta. É preciso analisar as técnicas de acordo com a realidade do seu negócio. Em muitos casos, é comum combinar dois, três ou mais métodos para administrar o estoque. Você, ainda, pode testar as opções e entender, na prática, qual funciona melhor para sua empresa.
Bônus: independente da técnica, use checklists
Nesta série sobre estoque, mostramos a importância das ferramentas na gestão do departamento. Uma das mais importantes são os checklists, principalmente os digitais. Esses instrumentos aumentam as chances dos responsáveis pelas tarefas não esquecerem nenhuma ação, padronizam o processo e melhoram a autogestão dos colaboradores, já que eles têm informações claras de como realizarem suas demandas.
Ressaltamos que os checklists digitais são ainda melhores para levar a gestão de estoque para outro nível, pois geram dados para o gestor, possibilitam a aplicação das técnicas apresentadas anteriormente de forma mais assertiva.
Diversas empresas, atualmente, usam o Checkbits, nosso aplicativo de checklists e formulários com mais de 50 funcionalidades. Além do estoque, o app auxilia na delegação de tarefas, planos de ação e muito mais.
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¹Matéria do Sebrae sobre diferença entre empresas com boa gestão de estoque e sem.