Novo varejo ou new retail é um conceito que surgiu na empresa Alibaba, na China. Quem usou o termo pela primeira vez foi o CEO do e-commerce, Jack Ma. A visão sobre como deveria ser o setor varejista agora e no futuro provocaram uma verdadeira expansão mundial do e-commerce global chinês. Trouxe, na esteira, sites como Shein e outros grandes varejistas internacionais.
É promissor e ousado ao mesmo tempo, concorda?
Será que é um bom negócio aderir ao novo modelo na sua empresa? Descubra ao ler este texto.
Características do novo varejo
A tendência novo varejo às vezes é confundida com transformação digital. Elas têm suas semelhanças, mas o new retail vai além, pois inclui alguns elementos tecnológicos e de negócios bem avançados para quem adere totalmente à corrente.
Dados como base para tomada de decisões
Tudo que pode ser medido, pode ser melhorado. Esse é um dos ditados populares corporativos verdadeiros. Negócios que guiam-se por dados têm mais chances de sair na frente da concorrência e atingir os resultados desejados. Segundo a Forrester, o crescimento de empresas data-driven é de 30% anuais em média.
A BI-Survey reforça a importância de usar dados nas decisões, 60% das companhias de alto desempenho usam dados para decidir suas estratégias e realizar mudanças.
Integração de loja física e on-line
O modelo híbrido não se atém à área educacional, no varejo, mesclar o on-line com o off também é uma tendência. Uma das características de integração dos dois é ser omnichannel, quando a experiência no virtual e presencial é integrada. Ou seja, o consumidor pode começar a jornada no on e terminar na loja. Segundo a IDC Retail Insights, os clientes que aderem a esse tipo de compra gastam de 15 a 30% a mais.
Além dessa experiência unificada, é possível realizar outras integrações. A Fresh Hipo fornece informações do peixe fresco à venda para o consumidor, basta que ele escaneie o QR Code. O código também dá acesso a receitas com o produto. A empresa também entrega compras em meia hora para quem mora num raio de até três quilômetros, nas vendas on-line.
Logística integrada no on e off
Não basta a loja ser integrada, a logística também precisa ser. Afinal, a parte de entrega é uma das mais esperadas pelos clientes. Os gestores também precisam de um bom controle para garantir a satisfação do consumidor e que nada faltará no estoque, já que influencia nas entregas.
Essa parte tão sensível do processo de compra merece atenção especial. Para trabalhar on e off com sucesso, usar softwares integrados e pensar em qual modelo logístico seguir faz toda diferença. A logística terceirizada é um modelo possível, porém, demanda maior critério para as escolhas e um sistema eficiente do parceiro com sua empresa. Já a logística própria demandará mais pessoas, além de tecnologia para gestão adequada.
Meios de pagamento diferenciados, incluindo blockchain
Quando Jack Ma pensou no novo varejo, ele foi disruptivo na forma de pagamento também. O uso de criptomoedas foi uma das premissas do new retail na concepção dele. No Brasil, ainda são poucas as empresas que aceitam a modalidade de pagamento: Calvin Klein, Cine Multi, Pizzaria Camelo e Tartuferia são alguns exemplos.
No entanto, quem oferecer a modalidade será visto como disruptivo e inovador.
E-commerce transnacional
Romper fronteiras é uma das características mais ousadas do novo varejo. Essa é uma das características do New Retail. Em um mundo globalizado, faz muito sentido vender para fora do próprio país. Para tal, é preciso ter valores competitivos ou produtos diferenciados, como é o exemplo da Shein e Ali Express.
Novo varejo: vale a pena?
As vantagens de estar no novo varejo são grandes. Porém, para valer a pena é preciso que a empresa se prepare bem para ter sucesso. Em resumo, há muitas possibilidades para o varejista do new retail, mas para valer a pena é preciso fazer algumas reflexões.
Maturidade do negócio
Como ressaltamos, o novo varejo é ousado, parece futurista para algumas empresas. Por isso, é preciso avaliar se o negócio está maduro suficiente para entrar nesta tendência. Caso a empresa ainda não tenha passado pela transformação digital básica, o indicado é dar alguns passos para trás e consolidar esse processo primeiro. Em outro texto, mostramos do que se trata com dicas para digitalizar a operação, cultura e gestão do seu varejo.
Investimento
Aderir ao novo varejo exige grandes investimentos. Trarão retorno, certamente, se for acompanhado de uma boa estratégia com excelência na execução. Porém, é preciso ter os pés no chão, avalie com frieza, e um profissional da área do lado, se a empresa tem aporte suficiente para este passo.
Uma boa alternativa é entrar no new retail gradualmente, primeiro com integrações entre on e off mais avançadas, omnichannel, uso de dados. Pode-se considerar cada um desses itens como uma etapa. Deixe o blockchain e a internacionalização do negócio para quando já tiver colhido frutos desses passos menos complexos.
Assim, o investimento e os aprendizados darão base a essas etapas, que são mais avançadas e demandam investimentos mais pesados.
Estruturação
Para negócios da linha new retail é preciso ter uma estrutura preparada. Dessa forma, é preciso pensar em softwares e pessoas capacitadas para tornar a empresa uma varejista de ponta. Afinal, as ferramentas precisam de pessoas que entendam o comportamento do consumidor e, principalmente, inteligência para utilizá-las a favor das metas da empresa.
Demanda investimento, capacitação, testes e otimizações constantes, mas é essa estrutura que sustentará a empresa como uma companhia do novo varejo, com resultados sólidos e com os recursos mais avançados disponíveis no mercado.
Como sempre falamos, as transformações não são meramente sobre o uso da tecnologia e sim sobre como o consumidor e sociedade se comporta diante das novas possibilidades digitais.
Próximos passos
Independente do momento que seu varejo esteja, mover-se é fundamental para se manter no mercado e, sobretudo, avançar em seus negócios. Um passo após o outro, com firmeza, e você coloca sua empresa sempre à frente. Pronto para atingir suas metas?